La Nona de tuti noi
Questa ze l`stòria de una nona che go sempre
ntela memòria!
La par i ani setanta, In quel tempo che se
spalanchea porte e se verdea el cuor,
gavea una nona che la zera tuta dolcessa e benevolensa ai fioi e nipotini e,
anca la distribuía i so afeti ai nipotini dei altri. Arminda zera el so nome e, par Ela la gavea solche un s-ciantin del tempo che ghe
restea, ma serenità e terenesa ghe vansea. Ntela so casa acoliente, La ricevea a tuti c`un soriso calmo e sereno,
sempre parlando la verità, La distribuía consìlii che la vècia sapiensa
contempla, quela che decifra la inchietudine dela ànima e, insegna che l`é el
pròpio omo che alsa su l`é so tempeste e, el tanto che de pi el inventa, meno
capimento el ga dela so vita e, meno el cognosse a si pròpio. Cossì par tanti quela nona la zera una fada
confidente che calmea l`é so aflissione
e angustie, confermando che la dignità
fà parte del spìrito umano.
Adesso tantíssimi ani fà che ga parti de
questo mondo quela nona che gavea tanta dolcessa e umanità ntei òcii, ma la so
imàgine iluminàta de serenità e pace, sempre me fà ricordar de na època tanto felisse
e, questi ricordi se anca i ze predestinadi a fenirse, i sopravive driti ntela memòria, parché fà parte dela ànima amar i momenti
e posti felisse e, anca in pensiero ritornar a lori, l`é come se gavesse el
poder de ritornar squasi cinquanta ani nte`n s-ciantin solo, par esser nantra
volta ntel paesel che se stea, con so casete de taùle, símplice e ùmile, ma
tutequante co le porte e finestre verte, co`i visini parlando in completa
fradelansa e i toseti drio giugar e schersar, tutiquanti co la benedission de una
signora de cavei grissi, semblante sereno e òcii pieni de umanità, la nona de
tuti nòi.
Ademar Lizot.
A Vovó de todos Nós.
Esta é a história de uma
vovó que tenho sempre na memória!
Lá
pelos anos setenta, quando ainda se escancaravam portas e se abriam corações, tinha
uma vovó que era toda bem-querença a seus filhos e netos e, também distribuía
seus afetos a outros filhos e netos, de outros pais e avós. Arminda era seu nome
e, para Si, Ela tinha apenas uma pontinha do tempo que lhe restava, mas o que
lhe sobrava era ternura em seus olhos tão humanos. Em sua casa acolhedora
recebia a todos com um sorriso calmo e sereno, sempre falando a verdade,
distribuía conselhos que a antiga sabedoria contempla, aquela que decifra as
inquietudes da alma e, ensina que é o próprio homem que cria seus abismos, pois
quanto mais ele inventa, menos decifra seus traumas e, menos conhece a si mesmo.
Assim para muitos aquela vovó era uma fada confidente que acalmava angustias e
aflições, confirmando que a dignidade faz parte do espírito humano.
Tantos anos se passaram desde que
a vovó de olhos tão humanos partiu deste mundo, mas a sua imagem iluminada de
serenidade e paz, me faz lembrar de uma época feliz e, essas preciosas
lembranças, embora voltadas ao fenecimento, ainda assim sobrevivem, perenes
eretas como uma pirâmide no plano de minha memória, pois faz parte da natureza
humana amar os lugares onde foi feliz e, em pensamento retroceder a eles, é como se eu pudesse voltar quase cinquenta anos em um só momento
e, estar novamente num dos pátios de
minha infância de cujas saliências e recantos não esqueço, depois sair a
caminhar pela inesquecível Frei Caneca, sempre calma, sempre serena, com suas
casas de madeira, algumas com paredes frágeis ao vento, outras com telhados
amigo de goteiras, umas com flores nos gramados, outras nas soleiras das
janelas, mas todas
de portões e portas abertas, os vizinhos
fraternos conversando e, nas calçadas as crianças brincado tranquilas, felizes
e, abençoadas por uma senhora de cabelos tão prateados, face tão serena e, olhos tão humanos, a vovó
de todos nós.
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