Due ogeti, o meio, due zugheti che me ricordo che el fea con tanto caprìssio, zera el bilboché e anca el saltamartin. El primo, par zugar, ghe ocorea alsarlo con forsa in su, de maniera che el zolesse e, al ritornar, el dovea incassar su la steca che se tegnea in man. Però, el trapesista zera solche urtarlo e tirarghe le due stechete soto par farlo saltar e girar su par el fil de spago.
Ntei giorni de piova, zera normal veder me Nono ntela cantina de so casa drio far màneghi par i atressi, zòcoli par la fameia e fin un tipo de stagnadura artegianal el zera bon de far. El gavea una pìcola ofissina e zera là che lu el restea la magioransa del tempo. Me Nono non zera bon solche de rangiar i atressi, ma anca el volea atension e impegno con sti parécii. Me pupà, belche morto, sempre el contava che un di lu el ze ndato tor de magnar ale vache e, co el ze rivà ntel potrer, un bo cativo el ghe ga coresto adrio a lu. El me ga racontà che el ghe ga tocà difénderse con la sésola par spaurar el bo.
Quando el ghe ga contà la stòria al me Nono, el ga ricevesto queste parole come risposta.
— Brao, te sì stato! Non te te ghè metesto in testa che te podarissi gaver spacà el mànego dela sésola?
Cossì zera el me Nono Jordano Ecker, una persona de prinsìpii, meso sistemàtico, magari, giusto e onesto.
Os trabalhos de meu avô Jordano Ecker
Paciência, persistência e capricho, pelo menos três palavras que descrevem como era o meu avô, Jordano Victório Ecker. Um homem com respeito de invejar. Para exemplificar como ele era, digo-vos que nunca na sua vida foi visto com camisa de mangas curtas, nem camiseta e, menos ainda, de calção. Sempre com as mangas da camisa até os pulsos.
Meu pobre avô tinha o dom de ser um escritor, sem nunca ter ido à escola. A letra dele era muito mais bonita que a minha. Outra capacidade intrínseca dele era de ser escultor. Com os poucos recursos que tinha, esculpia objetos, brinquedos e ferramentas de modo a impressionar a todos.
Dois objetos ou, melhor dizendo, dois brinquedos que ele fazia, com tanto capricho, eram o bilboquê e também o trapezista. Para brincar com o primeiro, era necessário jogá-lo para cima, de modo que ele fizesse um pequeno voo e, ao cair, deveria encaixar-se no pino que você segurava na mão. Por sua vez, com o trapezista, bastava empurrar e puxar os manetes para que ele pulasse e cambaleasse em torno do barbante.
Nos dias de chuva, era comum encontrar meu avô no porão da sua casa fazendo cabos para ferramentas, tamancos para uso da família e, até mesmo, uma espécie de “solda artesanal” ele conseguia fazer. Ele tinha uma pequena oficina e era lá que passava boa parte do tempo. Além de consertar, meu avô exigia cuidado com as suas ferramentas. Meu pai, in memoriam, sempre contava que um dia foi buscar pasto para as vacas e, ao chegar no potreiro, um boi brabo foi em sua direção. Disse-me que, para afugentar o boi, defendeu-se com a foicinha. Ao contar isso para meu avô, recebeu essas palavras como resposta:
— Bonito, né! Você não pensou que poderia quebrar o cabo da foicinha?
Assim era meu avô Jordano Ecker, uma pessoa de princípios, um tanto sistemático, porém, justo e honesto.
Revision: Juvenal Dal Castel e Loremi Loregian-Penkal
Scrito par: Jaciano Eccher.
Bravo, bravo, na bela stòria del Nono Jordano.
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