Zia Gasparina - Par Ademar Lizot

quinta-feira, 21 de julho de 2022

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                                      Zia Gasparina 

     La sorelina de mio pupà se ciamea Gasparina, nostra saudosa zia Bepina.  Tanti ani fà che la ga partì, ma el so profumo de sàlvia, camomila e rosmarin, ancora me par de sentir e, quel odor gradèvole ma fà ricordar dela so imàgine; el so viso rotondo e magro e, i òcii carghi de dolse sguardo. La boca picinina, sempre co`l sorisso de bambina. Cavei ben petenadi a una (nastreto) de color ligadi. Vose soave, spontanea e la ridada de speransa de una ànima alegre de toseta. Però quelo che a tutuquanti impressionea, l`éra so sèmplice dignità, aotentica simpatia de un caràter seren e alegre. Mai la go visto rabiosa, se ghe serchea qualche preocupassion, la se ritirea  pensativa, ntel silensio de so solitudine e, co`l rosàrio ntele picinine e delicate man, la fea una longa e silenciosa orassion.

     La zera fiola de Umberto e carolina Lisot, che de tanti fioi quel Sior ghe mandea,  catar fora i nomi, fin fadiga i fea. Alora quando la ga nassesto, adesso cento ani fà, del Re mago che se ciamea Gaspar, i ga tirà el belìssimo nome Gasparina, ma dopo i la ciamea de Bepa o Bepina.  Infansa e gioventù la ga passa nte la Linia Bela, paesel ndove la ga nassesto. Ntel transcorer dela vita, non la se ga mai sposà, parché tender la veciaia dei genitori la ga giurà, ma ancora cossí con un belo futuro la ga sognà.  Scola la ga frequenta solche due ani, due mesi  e due giorni,  par imparar a leder, escriver e far conte rudimentare, giusto el necessàrio nte quel tempo che la vita passea a pian, che se fea fogo ntel fogon a legna, che se sentia par ària el odor de dolsi de late e pan pena fati, che se piansea, ma soratuto se ridea, cantea e pensieri non se gavea, parché i valori dela filicità non i zera mia ligadi al consumismo descadenà dei di d`ancoi,   Quando la gavea in torno de quaranta ani de età, insieme a noantri la ga vignesto de star e, la mia predileta zia, la ga daventà,  con so paciensa de Santa, tante stòrie la me ga  racontà e come una fada la mia infansa la ga iluminà.  

   Nte un giorno primaveril, co`i òcii pieni de serenità e l`anima carga de crèdito al Sior-Dio, la ga parti.  Adesso insieme de nostra madre Gigia e so fradel Toni, la  dorme sipolta nte un campo di fiori e in torno a lori, drio esalar un profumo intenso e gradèvole ga una desena de  orchìdee gialde, un centenàio de garòfoli rossi e mile rose de una incantadora bianchessa.


             Tia Gasparina - Minha Tia Preferida

    A irmã de meu pai se chamava Gasparina, a saudosa tia Bepina. Muitos anos fazem que ela partiu, mas seu perfume de sálvia, camomila e alecrim, ainda me parece sentir e, a lembrança de seu aroma agradável, me faz lembrar de sua imagem:  Seu rosto redondo e magro e, olhos plenos de doce esguardo. Boca pequenina, num sorriso de menina. Cabelos bem penteados a uma fita colorida atados. Voz suave e espontânea e o riso de esperança numa de alma alegre de criança.  Mas o que a todos impressionava era sua simples dignidade e a autêntica simpatia de um caráter sereno e brincalhão. Jamais a vi raivosa, se alguma séria preocupação lhe aparecia, recolhia-se ao silencio de sua solidão e, com o rosário em mãos em suas pequeninas e delicadas mãos, dizia uma longa e silenciosa oração.

 Era filha de Umberto e Carolina Lisot, que de tantos filhos que Deus lhes mandava, tinham até dificuldade de encontrar os nomes, então quando ela nasceu, agora cem anos fazem, do rei mago chamado Gaspar, tiraram o belo nome Gasparina, mas depois a chamavam de ‘Bepa ou Bepinha.”  A infância e juventude passou na Linha Bonita, localidade onde nasceu. No transcorrer da vida jamais casou-se, pois cuidar da velhice dos pais jurou.  A escola, por dois anos, dois meses e dois dias, frequentou, pra aprender a fazer contas rudimentares, ler e escrever, justo o necessário naquele tempo em que a vida passava vagarosa, que se acendia o fogo no fogão a lenha, que sentíamos ao ar o odor de doce de leite e pães a pouco feitos, um tempo que as pessoas choravam, mas principalmente riam, cantavam e e poucas preocupações tinham, pois os valores da felicidade não estavam atrelados ao consumismo desenfreado de hoje. Aos 40 anos de idade, junto a nós veio residir, Então tornou-se minha tia preferida, pois com sua paciência de santa muitas histórias me contou e como uma fada minha infância iluminou.

 Num dia primaveril, com a alma plena de crédito junto a Deus e, os olhos plenos de serenidade, partiu. Agora junto da cunhada e do irmão dorme sepultada num campo santo. Junto a eles, exalando um perfume intenso e agradável, uma dezena de orquídeas amarelas, uma centena de cravos vermelhos e um milhar de rosas de uma encantadora brancura


Um comentário:

  1. Sempre é prazeroso olhar e ler o site Brasil Talian por ser um belo trabalho de resgate cultural da etnia italiana, que tanto contribuiu para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

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