VÈCII RITRATI---PAR ADEMAR LIZOT

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

 

                                                                  VÈCII RITRATI


              Autor: Ademar Lizot

             Revision: Juvenal Dal Castel e Loremi Loregian-Penkal

           Tante volte, al vardar un vècio ritrato, i odori dei giorni ndati, i me salta adosso del cuor e dela ànima, al punto de farme tremar e pianzer de tanta nostalgia.

            I ze ritrati tanto vècii, stesso come la stòria dei mei antenati che, se anca tiradi con primitive càmere e da ritratisti che i savea solche i fondamenti dela arte dela fotografia,  ancora cossì, come se i fusse na pìcola frassion dela eternità, i ga registrà la imàgine dele numerose fameie: la candura dei  bambini, i òcii de teneressa dela mama, el vardar iremovìbile del pupà,  i mostàcii longhi del nono e i cavei grissi dela nona.  

           Ritrati che, un vero lusso i zera consideradi, parché pochi i gaveva el poder de pagarli. El ritratista,  se anca la so dificoltà tènica, el fea so laoro con efissensa e,  par che tuti quanti i mostresse un àmpio soriso ntei lavri,  el doperea la simpatia.  Però,  davanti dela càmera, tanti i se schivava  de rider:  fursi, par via denti mesi smarsi, o parché  ogni ritrato, el dimorea depi de 5 minuti par esser tirà e,  anca  parché, sorider e rider sensa motivo, zera considerà na stravagansa riservada ai chiuchetoni.

        Cossì,  nte squasi tuti vècii ritrati, soratuto quei de fameia, una roba che la me salta ai òcii, fora la boca ciusa dele persone, ze la aparensa prematuramente inveciada dela mama che, se anca la ga i fioleti ancora cei, la par una noneta, che no la ze mia bona de dissimular la so amaressa. Intanto che el so   marì   el mantien ancora i segnai  dela so gióventu, ela, se anca col color dela profondità del mar ntei òcii e col  odor dela discrission e dela dignità, ntel profumo che la emaneva, ancora cossì, ntei solchi dele profonde rughe, la mostra ntela fàcia, la stufada dela pesante carga de afari suportadi, tanto ntela casa, come in colònia che, zontada ala stica de fioi, un drio el altro,  a pian ghe ga sfini fora la gióventu e la salute.

        Però, par el suo semblante, se pol veder che la zera una dona de valor straordinàrio, una gueriera, che  gnanca el tempo, con so inegàbile capacità de finir fora tudo, no el ze mia bon de farla desmentegar.

  Ademar Lizot.

            

                                                           VELHOS RETRATOS

 

            Ás  vezes, ao olhar um velho retrato, a nostalgia do passado me invade alma e  coração. lembranças estão escondidas no fundo de um velho retrato que, com seu cheiro de passado, me invade a  alma, ao ponto de fazer-me  tremer e chorar de saudades.

           São retratos tão velhos quanto a história de meus antepassados, que, embora tirados com primitivas câmeras, por fotógrafos que dominavam só os fundamentos da fotografia, ainda assim, como se fossem pequenas frações da eternidade, registraram  a imagem das numerosas famílias: a inocência das crianças, o olhar terno da mãe, o irremovível do pai, os longos bigodes do vovô e os cabelos brancos da vovó.

          No tempo em que foram tirados, poucos tinham condições de pagá-los e, um verdadeiro luxo eram considerados. O fotografo, embora com suas dificuldades técnicas, para que todos tivessem um amplo sorriso nos lábios, fazia seu trabalho com eficiência e simpatia. Porém, quando em frente a câmera, muitos evitavam sorrir:  talvez devido aos dentes meio estragados ou porque cada retrato demorava quase 5 minutos para ser tirado e, também, porque  sorrir e rir sem motivo, era considerado uma extravagância reservada só aos embriagados.

            Assim,  nos velhos retratos, principalmente os de família, duas coisas me saltam aos olhos:  a boca fechada dos fotografados e,  a aparência prematuramente envelhecida das mulheres, principalmente das mães que, embora ainda com seus filhos pequenos, parecem  vovós que não conseguem dissimular a amargura.  Enquanto seu marido ainda mantem os indícios da juventude,  ela, embora com a cor da profundidade do mar nos olhos, e com o odor da discrição e da dignidade no perfume que exalava, ainda assim, nos sulcos das profundas rugas, mostra no rosto o  cansaço,  da pesada carga de trabalhos,  tanto na casa, como na roça suportados que, junto aos sucessivos filhos,  lentamente levaram sua juventude e saúde.   

 Mas, pela seu semblente, podemos ver  uma mulher de valor extraordinário,  uma guerreira que, nem o tempo, com sua inegável capacidade destruidora, consegue tornar esquecida.

          

  

 

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou?Comente aqui e se possível inscreva-se.

Topo