Mi e me pupà
Olha lá o meu pai Varda la me pupà
Com as mãos calejadas
Con le man pien de cali
Perdendo seu resto de vida
Drio perder so resto de vita
No cabo da enxada
Su’l mànego dea sapa
Eu não queria que fosse assim Mi non voleva che fusse cossì
Pra mim seria tudo diferente
Par mi saria tuto difarente
Queria ter meu pai na cidade
Voleva me pupà in cità
Morando alegre junto da gente
Tanto Felice ensieme co a gente
De que vale ter diploma De che serve gaver stùdio
Ter conforto, ter de tudo
E el diploma la ntel fondo
Se não posso ter em casa
Se non go ntela me casa
Aquele que me pôs no mundo Chi ga
me portà ntel mondo
Estudei por tantos anos Go studià par tanti ani
Para tirá-lo daqui Par un di torlo
de qua
Meu esforço foi em vão
Ma me sforso se ga perso
Porque ele não quer ir
Parché lu non vol ndar
Quando é de madrugada E co ze rivà l’aurora
E o dia vem chegando
E el di ze drio rivar
Ele escuta seu despertador Ze
la che’l ghe ascoltà la sveia
No poleiro, cantando Nel poliner cantar
Ele chama seu melhor amigo Lu ghe ciama el so mèio amico
Que sai latindo e correndo na frente
Che el salta sbaiando davanti
E vem pro trabalho pesado
El va ntel laoro in campagna
Aqui debaixo deste sol ardente
Soto quel sole gran tanto scaldante
Nesse carro eu me vejo In questo auto me vardo
Bem vestido e perfumado
Ben vestì ben profumà
Sofro tanto vendo ele Non me piase veder lu
De suor, todo molhado
De sudor tuto bagnà
Olha a condução do velho E la màchina del vècio
Numa corda amarrada
In una corda ligada
Olha a geladeira dele Varda el frigo de sto vècio
Lá na sombra encostada
Ntel ombria smentegada
Quando é de tardezinha Quando el sol se ne va
Vai pra sua casinha
Me pare torna casa
Comer seu feijão com arroz
Magnar la polenta e radici
Feito no fogão à lenha
E el vin che zo che vaga
E na sua poltrona de angico E nela so carega di paia
Ele vai sentar comovido
Lu el va sentarse un s-ciantin
E na tela maior do mundo
Ntanto el ghe pensa distante
Ele contempla seu filme preferido
bevendo el ùltimo goto de vin
Na televisão do velho La television del vècio
Não tem filmes de bandidos Non si fa veder banditi
Não tem filmes policiais
Non ga cose che fa mal
E nem filmes proibidos
non ga filmi proibiti
No canal do infinito Nel canal del infinito
Sua TV é ligada La so TV ze impissada
Só aparecem as estrelas La
se varda sol le stele
E a lua prateada E la luna slusegada
Olha lá o meu pai Varda la me pupà
Letra original em português
Cesar e PaulinhoOlha lá o meu pai
Com as mãos calejadas
Perdendo seu resto de vida
No cabo da enxada
Eu não queria que fosse assim
Pra mim seria tudo diferente
Queria ter meu pai na cidade
Morando alegre junto da gente
De que vale ter diploma
Ter conforto, ter de tudo
Se não posso ter em casa
Aquele que me pôs no mundo
Estudei por tantos anos
Para tirá-lo daqui
Meu esforço foi em vão
Porque ele não quer ir
Quando é de madrugada
E o dia vem chegando
Ele escuta seu despertador
No poleiro, cantando
Ele chama seu melhor amigo
Que sai latindo e correndo na frente
E vem pro trabalho pesado
Aqui debaixo deste sol ardente
Nesse carro eu me vejo
Bem vestido e perfumado
Sofro tanto vendo ele
De suor, todo molhado
Olha a condução do velho
Numa corda amarrada
Olha a geladeira dele
Lá na sombra encostada
Quando é de tardezinha
Vai pra sua casinha
Comer seu feijão com arroz
Feito no fogão à lenha
E na sua poltrona de angico
Ele vai sentar comovido
E na tela maior do mundo
Ele contempla seu filme preferido
Na televisão do velho
Não tem filmes de bandidos
Não tem filmes policiais
E nem filmes proibidos
No canal do infinito
Sua TV é ligada
Só aparecem as estrelas
E a lua prateada
Olha lá o meu pai
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