Quanta riàa zét - Quando vegnea vìsita - Elaine Maccali Girotto

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

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Bergamasco



giorno de vìsita

Bàia i cagnì! Arda fò! Ghe adré che ria zét.

- N'dia! N'dia!

- Ma ardí Chi ga riàt!Sti bé? 
- Sé stom bé, n'tant che n'dom a girà, Stom bé! E óter? 
- Sé! E adès mèi amò, che si riàtc. Egnì det! Sentìs zo!

- Som egnìt iér, son riàtc amò n'só la sira, gon durmit la dela Màbile e l'Generino.

- N'có stì ché?
- Sé! Se si cutetc, stom ché.

- Ma Signür! Se som contetc!

- Quant lera che egnìef pö? Ma ghüidèa che fà püssé de cinc agn. Ardì la osta pupina, la caminàa mia gnamò e adès le bela granda.
- Sé, la fà bela sèt agn, l'mis che éh.

Óter si amò i stès! Ma uramai i caèi i e adré che i vé grìs...fà cussè! 
- Tuca ègn ètc anca, sinò mürom mia! Perchel sé.

- N'tant che sa la cüntì, me n'dó a cupà la galina per fà na minestra e se ürì ègn n'sèma, püdi ègn. 
- Ston ché sentatc zo, n'sö l'pigiöl, perche som n'grant stöf, sa spacat l'onibo e l'viàs le rèstat püssè long. Ga tucat ègn an noter a töm, ma l'gà metit püssè de trè ure per vèn. Som stüfatc püssè de spetà che töt l'viàs. 
- Sé, sé! La pupina làa tö an öf, ndel ni dela galina, sö de sura n'dela stala. Nè Nina! Che fó n'pó de pasta...- Sé, me va üte a fàla n'dà zo. 
- Gràssie, che brao!

Issé lera la ita ste agn, ghera mia l' telefon per isa prima de ègn, i ghera mia la lus per mèt vià la carne e robe pronte per fà quanta egnia la zét, tucàa cupà la galina ndela ura e fà de maià co le persune che egnia a girà, nsèma, i sa ütàa, i parlàa e i fàa la bela cera, sensa pensà tant co l'bel, sporc e l'net, i era sincier e scundia mia la sò manera

sèmpie de ìs e de vìver. I era contetc issé.

Tradução para português


Quando chegava gente(visita)

Late os cachorros! Olha fora! Tem gente chegando...
- Bom dia! Bom dia! 
- Mas olha quem está chegando! 
- Vocês estão bem? 
- Sim estamos bem! Enquanto que vamos passear estamos bem.
- E vocês? 
- Sim,  estamos! E agora,  mais  ainda porque vocês chegaram.
- Entrem! Sentem! 
- Viemos ontem, chegamos perto da noite(tardinha), dormimos na casa da Màbile e do Generino.
- Hoje vocês ficam aqui? 
- Sim. Se vocês aceitam ficamos aqui.
- Me Deus! E como estamos contentes!...
- Quanto tempo era que não vinham mais? Mas acho que faz mais de cinco anos, olhem a vossa menina! Ela não caminhava ainda e agora já está grande. 
- Sim, ela já vai fazer sete anos mês que vêm.
- Vocês estão ainda iguais! Mas os cabelos já estão ficando brancos.
- Fazer o que? Precisamos ficar velhos também, se não,  não vamos morrer. 
- Por isso, sim.
- Enquanto vocês conversam, eu vou matar uma galinha, para fazer uma sopa e se quiserem vir junto, pode vir...
- Ficamos aqui sentados no corredor( que separava a casa da cozinha), estamos bem cansados! Quebrou o ônibus e a viagem ficou mais longa, teve que vim outro para nos buscar, ele demorou mais de três horas para chegar. Cansamos mais em esperar, do que toda a viagem. 
- Sim, sim! A menina vai buscar um ovo, no ninho da galinha, na parte superior da estrebaria. Concorda, Nina! - Vou fazer um pouco de massa.
- Sim,  eu ajudo a tocar a máquina! 
- Obrigado. Que querido!
Assim era a vida, nos tempos antigos, não tinha  telefone para avisar antes de vim, não tinha energia elétrica para guardar carne e alimentos prontos para fazer quando chegava visita, tinha que matar a galinha na hora e fazer a comida com as visitas junto.
Eles se ajudavam, conversavam e faziam o máximo para agradar, sem se preocupar muito com luxo, se estava limpo ou sujo. Eram sinceros e não escondiam a sua maneira simples de ser e  viver.  Eram contentes assim.

Por: Elaina Maccali Girotto

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