Angelo Giusti (1848-1929)
O poeta-agricultor fazia os poemas e canções durante o dia na lavoura, e de noite, à luz de velas, passava tudo para o papel. Com sua charrete - puxada por um cavalo branco - ia até a sede da vila, onde o Frei Capuchinho Exupério de La Compôte, transformava as letras em partituras.
Autodidata, Giusti sabia ler e escrever, mas nunca frequentou escolas. Aprendia e gravava a melodia de memória e, aos finais de semana, nos encontros de igreja e nas festas comunitárias, cantava com seus conterrâneos as composições que criava.
Angelo Giusti deixou inúmeros poemas, inspirados na fé pessoal, na religiosidade e nos acontecimentos da sua época, entre eles o consagrado "La Mèrica", o qual a tradição oral atribuiu a adaptação da obra à sua autoria.
Os primeiros sepultamentos desta comunidade eram feitos ainda na Vila de Nova Trento, atual
Flores da Cunha. Depois de instalado o cemitério local, por volta de 1920, os enterros se davam em covas feitas direto na terra, onde eram colocadas cruzes de ferro com a inscrição dos nomes, datas e mensagens dos familiares.
Neste cemitério, que faz parte da Sociedade Capela Nossa Senhora do Carmo, encontram-se os restos mortais do poeta Angelo Giusto, ilustre morador desta comunidade.
¹ As famílias Pagno, Sozo e Pirolli foram as primeiras a se instalar nesta comunidade, em 1878, vindas da região do Vêneto/Itália.
² A Ordem do Carmo teve origem no século XII, quando um grupo de eremitas se instalou no monte Carmelo, Palestina, iniciando um estilo de vida simples e pobre, ao lado da fonte de Elias, o qual teve a visão da Virgem naquele local.
Fonte: Compassos da Mèrica Mèrica