O primeiro Filó aconteceu na Linha Aparecida; o segundo na comunidade de Santo Antonio, estes no ano de 2016 e, o terceiro na Água Amarela, no dia 11 de março passado.
Em cada comunidade os Filós aconteceram nas suas particularidades, porém em cada um o mesmo objetivo, o de passar horas alegres, cantando lindas canções, degustando um bom vinho, rezando, jogando quatrilho, jogo da mora, enfim, passamos através do Filó um pouco de cultura, gastronomia e lazer dos nossos antepassados.
Cada participante leva um prato de comida ou bebida para compartilhar. As famílias da comunidade doam frango e preparam o brodo e há quem compartilha lindas histórias e lembranças através de objetos antigos, que trazem e colocam no ambiente preparado para exposição.
No passado, o Filó consistia basicamente num encontro de pessoas (famílias) na casa de alguém. Hoje se opta em realizar no Centro Comunitário da comunidade, abrangendo assim muitas pessoas com o mesmo sentimento de reviver e vivenciar os Filós.
Um pouquinho da história: A palavra Filó origina-se do trabalho artesanal de fiação que as mulheres faziam nos encontros, ainda na Itália, nos estábulos, nas noites longas de inverno, repartiam a comida, o calor e economizavam energia, pois até a lenha devia ser poupada. Aos poucos o Filó fortificou-se, e as famílias se reuniam com o objetivo de diminuir a solidão e a saudade da Pátria e dos familiares. Saíam de suas casas cantando felizes, com um tição ou um ferral (lampião) para iluminar o caminho, e ao mesmo tempo cantando para espantar o medo dos animais, o medo da floresta, e também para que os vizinhos ouvissem e se juntassem a eles.
No Filó, após a reza do terço, os homens iam para um ambiente para jogar, beber vinho, tratar dos negócios, confeccionar instrumentos de trabalho e contar causos. As mulheres iam para outro ambiente onde falavam sobre a família, fiavam linho e lã de ovelha, (para vestes), faziam a Dressa (trança de palha) para fazer chapéus, cestas de palha (sporta) e bordados. Nestes encontros comiam pinhão, batata doce, amendoim, pipoca, fregolá e o bom vinho.
Carinhosamente, os locutores do Avanti Taliani, agradecem a participação e colaboração de todos. Cada edição reuniu centenas de pessoas e, todos estão convidados para os próximos que estão sendo programados para este ano ainda, com datas a serem divulgadas pelo programa e redes sociais. Com a canção Mérica, Mérica, homenageamos a todos os descentes italianos.
Dalla Italia noi siamo partiti. Siamo partiti col nostro onore. Trentasei giorni di macchina e vapore, e nella Merica noi siamo arriva'.
Merica, Merica, Merica, cossa saràlo 'sta Merica? Merica, Merica, Merica, un bel mazzolino di fior.
E alla Merica noi siamo arrivati. no' abbiam trovato nè paglia e nè fieno. Abbiam dormito sul nudo terreno. come le bestie andiam riposar.
E la Merica l'è lunga e l'è larga, l'è circondata dai monti e dai piani, e con la industria dei nostri italiani abbiam formato paesi e città.
Chopinzinho, março de 2017.
Texto: Marlene Comin.
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