O Dojão (EL Dojon) Valdir Anzolin - Letra e tradução

sexta-feira, 8 de junho de 2018

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Sugestão de postagem: Walter - Ràdio Radise

Talian


Un giorno me go inrabià la me sapa go molà e go dito al me paron
Resto con la me metà, po'l esser che son sbalià  e vui comprarme un camignon
Son ndato a Porto Alegro go comprà de un bruto negro un Dojinho marelon
L'era tuto riformà, tre volte go rabaltà vanti  rivare a Mussun.

Lo go messo in ofissina, go impiniu de gasolina e ghe go sgionfà i penei
Son ndato cargar formento, patate e ua a Bento par vansarme qualche schei
Ntela safra cargo mìlio e la fiola del Zampilio che la ze zo dei sarvei
La vol esser me morosa me mama la vol na sposa per dar dei bambini bei

Cargo fumo e anca bore dele volte se ocore meno i malai al dotor
Meno ensieme me sorela par parar la manivela quando no'l ciapa el motor
Sto doje ga na maniera che'l tranca la cremaliera pol esser che sia el rotor
lL boie su par la riva dele volte el me incativa e me fa fin trucà el color

Un giorno par carità na mudansa go cargà de un che ndea star a Bento
Zo dela riva das "Anta" go impirà rento una pianta che le stato un spavento
Go spacà tuto el casson par sora, un tiro un sasson che me stora el catavento
dela paura chi sa le mudande go broà e zo par le braghe cramento.

Dopo de questo spauron lo'l go vendesto el dojon par finir de tribulare
Co'i soldi che go vansà na colònia go comprà le mèio ndar sapare
Cossì le stata la stòria quando la gente si vóia sol per la sapa volare
L'é mèio cavar la tera che parar la manivela se el motor no'l vol ciapar

Tradução para português

Um dia me embraveci joguei minha enxada fora e disse pro meu patrão
Fico com minha metade, pode ser que eu esteja enganado mas quero me comprar um caminhão
Fui para Porto Alegre e comprei de um negro feio um Dodge amarelo
Estava todo reformado, capotei três vezes antes de chegar em Muçum

Eu o levei pra oficina, enchi o tanque e calibrei os pneus
Fui carregar trigo, batatas e uva em Bento para sobrar-me um pouco de dinheiro
Na safra cargo milho e a filha do Zampilho que é fora da casinha
Ela quer ser minha namorada minha mãe quer uma mulher que dê lindos filhos

Carrego fumo e até lenha e as vezes se precisa levo um doente ao médico
Levo junto minha irmã pra tocar a manivela se o motor não quiser funcionar
Esse Dodge tem uma mania que tranca a cremalheira pode ser que seja o rotor
Ele ferve o motor na subida as vezes fico bravo que até troco de cor

Um dia por caridade carreguei uma mudança de um que ia morar em Bento
La na Serra do Rio das Antas eu acertei uma planta que foi um grande susto
Quebrou toda a carroceria por fora, um puxão, uma enorme pedra que me quebrou a ventoinha
Quem sabe do medo eu me borrei as cuecas e fiz nas calças

Depois desse baita susto eu vendi o Dodge para deixar de sofrer
Com o dinheiro que sobrou uma colõnia de terra comprei é melhor ir carpir
Assim termina a história de quando a gente tem vontade de fazer a enxada voar
É melhor capinar a terra do que tocar a manivela quando o motor não quer pegar

Postagem e tradução (não literária): Jaciano Eccher




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