Mèdego del Tempo Antigo (per Ademar Lizot)

segunda-feira, 18 de abril de 2022

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         Mèdego del Tempo Antigo

 Questo rilato l`é fondamentà ntei ricordi dei fradei Ventura e Leonilda Lizot!

   

    Se pol dir che i ani cinquanta, i è stati i ani d`oro del sècolo passà e, i mei cari fradei che i ga vivesto, al ricordarli ghe vien un strucon de alegria ntel cuor. Si, gavea anca dificoltà e, unna dele più grande constitìa el fato raro, se non ùnico de catar el dotor ntele pìcinine cità del interior. Fortunate quele lo gavea, come la cità de Arvorezinha, ndove son nato. La se gavea el dotor Darwin Pinto, un cristian de mèsa età, magro e alto. El gavea una eselente formassion clìnica,  un mèdego rispetà e, con reverensa tratà. Nte`un rùstego ospedal, compia la so nòbile mission, sensa aiuto de esami socorea tutiquanti co la medèsima dedicassion. El fea del  più simplece procedimento a cirurgie de alto rischio, come quela quel ga realesà con assoluto sucesso, par salvar la vita de nostra madre.  Con so brau laoro el ga conquistà fama de eselente mèdego, del val del fiume taquari ai campi de Soledade, ndove tanti ferì a cortel e bala el ga salvà. Una volta, ntela fàcia d`un cristian, el ga fato i punti nte`n  taio che ndea del lavro superior a la rècia. Nantra volta un vècio san come un palaco de angico, el ghe ga dito: -Ancoi sinto un dolorino ntele spale! E el dotor ga rispondesto.. Te lo tien, gavese io solche un dolorino a to età.

    Quando na fameia de contadini lo ciamea, par via che qualchedun non stea ben, par riceverlo, i se pareciea ntela stansa del malà, el lavabo con aqua lìmpida, insieme una bela portasaoneta e, el più belo sugamani, dopo i cambiea i linsioi del leto e, anca l`é robe de soto del malà. El mio fradel Ventura che par tante volte lo ga acompagnà, se ricorda che l`éra un vero sucedimento, quando i rivea. El dotor sempre ben vesti, de fatiotina e capel bianco, ben barbeà, esalando un gradèvole profumo, un omo pròpio distinto, che causea na forte amirassion fra i contadini. Alora el disbarchea con so valise de material sirùrgico, saludea a tutiquanti e, ofria dolci ai tosatei. Dopo, intanto che la fameia restea ntela stansia visina, esaminea el malà e,  con calma, d`un modo simplese e ciaro, sensa demonstrar na ecessiva preocupassion,   discrevea el diagnòstico. Prima de partir, solche a forsa de tanta insistensa acetea bever un bicierin de vin, quel riservato ai vistanti ilustri.  La paga de suo nòbile laoro restea a critèrio dei contadini, gaveva de quei che  paghea con soldi, altri con produti agrìcole e, quei più povereti, solche con “-Gràssie dotore, quel Sior-Dio ghe paghe!”

  Quel mèdego del tempo antigo, ga finalisà so nòbile mission, come professor acadèmico, ntela Facoltà de Medissina dela cità de Pelotas e, adesso se non el ze mia in paradiso, el ze visin e,  anca mi ghe digo:.. Grassiemile dotor Darwin!

 Ademar Lizot.

                  Médico do Tempo Antigo

  Este relato é baseado nas lembranças dos irmãos Ventura e Leonilda Lizot.

    Os anos cinquenta foram os anos de ouro do século passado e, meus queridos irmãos que os viveram, ao recordá-los, lhes rompe o coração de alegria. Sim, também tinha dificuldades e, uma da mais difíceis constituia o fato raro, senão único de encontar doutor nas pequenas cidades do interior.  Fortunadas as que o tinham, como a cidade de Arvorezinha onde nasci. Lá tínhamos o Dr. Darwin Pinto, um homem de meia idade, magro, alto e, de excelente formação clínica, respeitado e, com reverencia tratado. Num rústico hospital, cumpria sua nobre missão e, sem auxílio de exames, atendia a ricos e pobres com a mesma dedicação. Atendia do mais simples, até cirurgias de difícil procedimento, como a que realizou com absoluto sucesso para salvar a vida de nossa mãe. Com seu nobre trabalho conquistou fama de excelente médico, do vale do rio Taquari aos campos de Soledade, naquele tempo uma região violenta e, muitos feridos a bala e faca salvou. Uma vez, no rosto d`um cristão, um corte que ia do lábio superior a orelha, costurou. Outra vez, um velho, são como um pau de angico, assim lhe falou...’Doutor, hoje estou com uma dorzinha nas costas’, ao que ele respondeu:. ‘Fique com ela, queria eu ter só isso na tua idade!’

   Quando uma família do interior o chamava, devido ter alguém doente, então se preparavam para recebê-lo. No quarto do doente colocavam o lavabo com água limpa, uma bela saboneteira e o mais bonito enxuga mãos, também trocavam as roupas intimas do doente e, os lençóis da cama.  Meu irmão, Ventura, que por muitas vezes o acompanhou, para abrir porteiras e mostrar o caminho, lembra que era um acontecimento quando chegavam com seu automóvel. O doutor vestido de fatiota e chapéu branco, sempre bem barbeado, exalando um agradável perfume de loção após-barba. Era um homem, distinto que causava uma forte admiração naquela gente simples. Então desembarcava com sua maleta de material cirúrgico, cumprimentava os adultos e, distribuía doces as crianças. Depois enquanto a família ficava na sala ao lado, examinava o doente e, de um modo simples, com calma, sem demonstrar uma excessiva preocupação, fazia e descrevia o diagnóstico. Antes de partir, somente a força de muita insistência, aceitava tomar um copo de vinho, aquele reservado as visitas ilustres. O pagamento de seu nobre trabalho, muitas vezes ficava a critério do paciente, uns com dinheiro, outros com produtos agrícolas e, os mais pobres com um ‘obrigado doutor, que Deus Nosso Senhor lhe pague!’

  Aquele médico do tempo antigo finalizou sua nobre missão profissional na cidade de Pelotas, como professor e, agora se não está no céu, está vizinho e, eu também lhe digo: Muito obrigado Dr. Darwin.

   

 

 

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