LA CASA DEL ZIO - Ademar Lizot

segunda-feira, 29 de julho de 2024

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Imagem gerada por IA/Immagine generata IA - Jaciano Eccher


LA CASA DEL ZIO

Autor: Ademar Lizot

Revision: Juvenal Dal Castel e Loremi Loregian-Penkal

            

           Questo rilato l`è fondamentà ntei ricordi de mio vècio fradel.

            La par i ani  40, squasi scomìnsio dei 50,  ala riva del rio Taquari, ghera la casa del zio Stefano, parente dela nostra nona Carolina.

            De ndove el zera de star, se podea veder passar le balse, carghe de tàole de pin, che, par via fluvial, le ndea con destin a Porto Alegre, capital del Stado. Nte quel tempo, soratuto, dopo dele brentane, quando el rio el zera ancora  strapien, questo afar deventea pròpio pericoloso. Par via dela forte corentessa, ghera sempre el rìs-cio dela balsa strassinarse al incontro dei sassi. 

            E, ze stà pròpio cossì che ga sucedesto, quando nte una doménega, al dopo mesdì, par via dela forte corentessa, una balsa la ze ndata al incontro dei sassoni e, par conseguensa, ga causà la rotura de tute le soghe che le lighea la carga e, cossì,  zo par el rio, i ze cascadi i due balseri e se ga  sparpaià depì de diese dùsie de tàole.

            Alora, Stefano e i so quatro fioi, come se i gavese dispreso par el perìcolo, con una barcheta de fondo piano, i ga sercà de farghe socorso ai due òmeni. Dopo nte un stufante laoro, i ga catà su depì de sete dùsie de  ole. I balseri, dopo de recuperadi, i ze ndati via, sensa dir se qualchedun vignea torle. 

            Fin che, dopo de passadi tre mesi, ga capità un camignon, un Ford modelo 37, squasi drio sderfarse. Dela gabina, sensa a nissuni saludar, ga saltà zo un indivìduo, che,  fora la bruta fàcia, ntel sinturon, el porteva el revolver  e, sensa sconder el arogante vardar,  el ga presentà  la notificassion dela proprietà dele tàole.

            Vanti che i carghesse su le tàole, el zio Stefano, che el zera pròpio un gentilomo,  el ga proà dirghe che l`è stà lu e i so fioi,  soto rìs-cio de vita, che i ga socoresto i balseri e recoliesto le tàole del rio. Cossì, i se meritea de ciapar qualche paga, par sto laoro, o almanco   considerar  la véndita dele tàole. E, partanto, el ga fato la proposta, che, a un prèssio giusto, dele 7 dùsie, el ghe paghea sei e, quelaltra, la vignea de disconto, par i laori fati.

            El indivìduo, fursi par spaurar, fursi par el so disgusto dimostrar, el  ga lansà un vardar invelenà. Però, i òcii de Stefano, sostegnesti dala so forsa moral, i ze restai imòbile e i ga fato quelaltro sbassar i soi e capir che zera meio acetar la so proposta, anca  parché, intorno al zio, ghera i so 4 fioi, tuti ntela plenitù dela so forsa fìsica. 

            E, l`è stà de sta maniera che Stefano Lanfredi el ga alsa su la so nova casa e, ben in su, par non ciaparse pi soto dele brentane del traditor rio Taquari.

 

                                 A CASA DO TIO

              Este texto é baseado nas lembranças de meu saudoso irmão!

           Foi lá pelos anos 40, quase 50,  mais ou menos por ali, que, às margens do rio Taquari, residia Stefano Lanfredi, primo irmão de nossa avó Carolina.

     De sua casa, podia-se ver as balsas carregadas com tábuas de araucária,  que, por via fluvial, seguiam com destino à capital do Estado, serviço que se tornava perigoso  com o rio  mais caudaloso, após as enchentes.

     Foi  exatamente isso que aconteceu, quando, num domingo à tarde, devido à forte correnteza, uma balsa espatifou-se contra as pedras, jogando  a carga  e dois balseiros nas águas.

    Ao presenciarem o acidente, o velho Stefano e seus quatro filhos homens, como, se desprezassem o perigo, sob risco de vida, em uma canoa de fundo chato, socorreram os dois balseiros. Depois, com calma e perícia, pelas beiras do rio espalhadas, recolheram mais de sete dúzias tábuas,  as quais empilharam  ao lado de sua velha casa.

            Os balseiros não souberam dizer se alguém viria buscá-las e,  depois de recuperados, foram-se embora.

            Assim, passou-se para mais de três meses, até que, num sábado ao clarear o dia, chegou um caminhãozinho Ford, modelo 37. Da cabine,  sem a ninguém saudar, saltou um sujeito, que além da cara feia, trazia  revolver na cintura e, sem esconder o arrogante olhar, apresentou aos presentes a notificação de propriedade das tábuas.

            Stefano, que era um homem gentil, antes que os peões carregassem as tábuas, tentou dizer-lhe, ter sido ele  e filhos, que sob o risco de vida, salvaram os dois balseiros e, depois, num arriscado trabalho, recolheram e empilharam as tábuas, assim sendo, mereciam alguma paga pelo serviço, ou ao menos que aceitasse  de vender-lhe  as tábuas. Para isso fez-lhe a proposta de que das 7 dúzias, a um preço justo, pagaria 6 e, a outra, pelo trabalho feito, ficaria de desconto.

            O sujeito então, para intimidar, com a mão no cabo do revólver, lançou um envenenado olhar. Porém, os olhos de Stefano permaneceram imóveis, que,  sustentados pela sua força moral, fizeram o outro baixar os seus e, aceitar a proposta, até porque, em volta daquele homem de meia idade, havia seus 4 filhos, todos na plenitude de sua força física. 

            Foi assim que o tio  construiu sua nova casa e, acima, bem acima, para escapar das enchentes do traiçoeiro rio Taquari. 

Um comentário:

  1. Muito boa a história, mas a transcrição do texto não segue realmente o que tem no áudio, me perdi várias vezes. Sei que deve ser ocupado, mas se fizer o acompanhamento do áudio e texto até o fim, deve perceber o mesmo que eu. No mais, parabéns pela iniciativa.

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